REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE AGRICULTURA FAMILIAR
ULATOSKI Luciano, Aluno de Licenciatura de Educação do Campo e professor do campo de Medicilândia - PA.
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Este
texto tem como objetivo dar um conceito para a agricultura familiar, baseando
nos textos Raízes Históricas do Campesinato Brasileiro de Maria de Nazareth
Baudel Wanderley e Modo de Produção Camponês Revisitado de Jan Douwe Van Der
Ploeg, debatidos em sala de aula e pesquisa, sendo complementado com meus
conhecimentos adquiridos sobre os temas, tendo o contato de forma direta e
indireta com os sujeitos, ou seja, são estes que estão inseridos no nosso dia a
dia na zona rural onde trabalhamos.
Compreende-se que agricultura familiar não chega a se constituir
em uma conceituação muito precisa. A agricultura familiar é um modo genérico de
se produzir, tais como pequena produção, agricultura de subsistência, produção
de baixa renda, agricultura camponesa, etc. Esses aspectos específicos de
formas de produção agrícola constituem a agricultura familiar. Todas essas
formas, no entanto, apresentam um elemento em comum, qual seja, a predominância
do trabalho familiar nas atividades produtivas agrícolas, buscarmos a principal
diferença entre elas, verificaremos que as formas específicas de produção
agrícola baseadas no trabalho familiar dependem não da família em si mesma, mas
das maneiras como esta aos estímulos econômicos, sociais e culturais presentes
no contexto histórico em que são encontradas.
Agricultura
familiar é um conceito, que é dado de acordo com a entidade que utiliza tendo
compreensão e visão diferente, dando lhe o conceito conforme sua visão. Para as
políticas públicas a uma visão mais ampla sobre agricultura familiar, o que
acaba generalizando um grupo maior de produção familiar, não tendo em vista que
parte dessas famílias ficam excluídas destas políticas implantadas pelo governo.
Na minha opinião essa “agricultura familiar” deve ser divididas de acordo com
seu modo de vida, para ser estudadas os diferentes tipos de produção e criar
políticas públicas que atendessem as
expectativas das famílias nos locais onde são encontradas, não levar políticas públicas prontas e
implantar em uma região que tem um modo de
produção totalmente diferente, do que esta sendo proposto. Além de atender
pequenos números de pessoas, por que muitas das vezes não conseguem se
enquadrar nos projetos, pelas normas estabelecidas, que muitas vezes só atende
os produtores que já estão englobados no mercado.
O mesmo acontece com os autores tendo
diferentes visões, dando conceitos que contradizem um com o outro. Segundo
Geraldo Sant’Ana a agricultura tem sido
subdividida de acordo com
características sócio-econômicas e tecnológicas. Ao longo do tempo tem-se
distinguido a agricultura de subsistência, ou a pequena agricultura, ou
agricultura de baixa renda da agricultura comercial ou empresarial. Mais
recentemente a dicotomia passou a caracterizar-se em termos de agricultura
familiar e patronal. Para Abramovay a agricultura familiar não emprega trabalhadores
permanentes, podendo, porém, contar com até cinco empregados temporários.
Agricultura patronal pode contar com empregados permanentes e/ou temporários.
É importante assinalar que, em alguns países europeus, o modelo de
desenvolvimento agrícola, pós Revolução Industrial, se baseou na grande empresa
capitalista e no trabalho assalariado. O mesmo aconteceu com o Brasil, deixando
ser levado pelo capitalismo, tendo se em vista aumentar o consumo para ampliar
ganhos e benefícios, explorando a classe trabalhadora.
No entanto, a agricultora familiar se basea na produção de infinitos produtos da
base alimentar, quando a procura desses
produtos se reduz, os pequenos estabelecimentos de base familiar convertem-se
em reservatórios de força de trabalho excedente. Colocando esse excesso no
mercado e em troca levam outros produtos que não é possível obter no cultivo do
solo.
Nesse sistema, o produtor familiar, apesar de deter parte dos
meios de produção, não mais conservava sua autonomia sobre o processo produtivo.
Pois estão subordinados ao capitalismo deixando de produzir para seu próprio
sustento e produzindo para o mercado.
De
modo geral o conceito de agricultura familiar, fica-se entendido como aquelas
família que são proprietárias das terras e as mesmas assume todos os trabalhos
estabelecidos pelos meios de produção.
.
BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS PLOEG. Jan Douwe Van Der. O Modo de Produção Camponês Revisitado.
WANDERLEY. Maria de Nazareth Baudel. Raízes Históricas do Campesinato Brasileiro
ABRAMOVAY, “Agricultura, Diferenciação Social e Desempenho Econômico”. Projeto IPEA-NEAD/MDA – Banco Mundial, São Paulo, FEA-USP, 2000.
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